quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Reconfortados e revigorados pela música

Cada um de nós tem uma música especial – uma melodia particular do espírito, caráter e experiência. Algumas vezes, nem precisa ser música no sentido exato da palavra. Quem é que não fica alegre apenas ao ouvir a voz da pessoa amada? Ou se sinta reconfortada por palavras amorosas?

Minha amiga indiana Yaso, mulher de Saravanah, ambos de Little Rock, e cujas presenças no hospital e no apartamento foram uma benção para nós, ensinou-me uma velha tradição hindu. “Mesmo quando Bia estiver dormindo, fale baixinho, sussurre palavras de amor, carinho e conforto”. Ensinamento ratificado por Dr. Suen, que sem saber do conselho dela, pediu-me o mesmo durante uma crise pós-operatória da segunda cirurgia da Bia. Constatei pessoalmente, que as palavras amorosas têm um grande poder de acalmar e confortar.

Se puder, peça a um amigo músico ou contrate um violinista, saxofonista, violeiro ou gaiteiro para tocar as músicas prediletas de Cuidado, desde os corredores até ao quarto.

Se for criança, por que não, um bando de palhaços. Veja que milagres fazem os Doutores da Alegria, com o tema da Alegria, da Doação do Bom Humor.

Grave num Ipod, num mp3, num gravador, as músicas prediletas de Cuidado.

“Ainda no hospital, Gilson, marido de Suzana, brasileiros residentes em
Little Rock, me trouxe o que foi a minha maior curtição, durante e no
pós-operatório: um mp3 com gravações de músicas brasileiras. Ouvir
sons do Brasil ajudou-me a relaxar e, por extensão, esquecer de dores e
desconfortos.” Bia

Faça ouvir sons e ruídos conhecidos – pais cantando, netos dando risadinhas e mandando mensagens, amigos falando. Vale gravar até as falas do papagaio de estimação.

Toque música de diferentes épocas e estilos. Tente relacioná-las ao contexto em que foram criadas. Vale música sertaneja, rock, pop, mpb, heavy metal ou clássica.

Inventem, juntos, músicas que falem de algum acontecimento feliz. Crie instrumentos musicais a partir de materiais inusitados – caixas de fósforos, garrafas pets, conchas, cabaças, e encha-os com sementes ou pedras – teste suas variedades acústicas.

Fale dos sons que gosta de ouvir: o vento entre as folhas das árvores, o mar batendo contra os rochedos, cigarras cantando, violões na madrugada.

Pessoalmente, até hoje gosto de andar por estradinhas capeadas por seixos irregulares. Lembra-me o avô, carregando-me dentro de um balaio, mantido às suas costas, e as botinas dele atritando com as pedrinhas. Sons que restaram de uma infância feliz e despreocupada.

Vende os olhos de Cuidado e conduza-o por um caminho de terra, de pedrinhas e faça-o sentir sob os pés a aspereza e os sons da terra.

Vá a um jardim e faça-o tocar a rugosidade das cascas do tronco das árvores, cheirar o suave perfume das flores, fazê-lo adivinhar que vegetal tem nas mãos (esmague folhas de laranjeira, limoeiro, eucaliptos ou outra planta de cheiro característico).

Incentive Cuidado a encontrar palavras onomatopaicas, aquelas cuja pronúncia imita o som natural da coisa significada. Exemplos: murmúrio, chiado, sussurro, cicio, mugir, pum, reco-reco, tique-taque, teco-teco, bem-te-vi etc.

Ou, tente fazer aliterações – repetição de fonemas no início, meio ou final de vocábulos próximos. Ex. “O rato roeu a roupa do rei de Roma”, ou ainda; “na messe, que enlourece, estremece a quermesse”.

Para lembrar a importância da palavra, trazemos o testemunho de João 1, 1:5: No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus. No começo ela estava voltada para Deus. Tudo foi feito por meio dela, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela. Nela estava a Vida e a Vida era a luz dos homens. Essa luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram apagá-la.

A Palavra é a Sabedoria de Deus, a luz que ilumina a consciência de todo homem.

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