quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Os sons da cura

A música nos fala tão poderosamente, que muitos músicos e teóricos acreditam que ela seja uma linguagem real, que se desenvolveu quase ao mesmo tempo que a fala. As palavras, em outro idioma, precisam ser traduzidas; já os lamentos, o choro, os gritos, a alegria, os arrulhos, os suspiros, os olés e as vaias são entendidos em qualquer lugar do mundo, dispensando qualquer tradução. A diferença está em que a palavra desperta resposta emocional somente com a compreensão de seu significado emocional, enquanto a nota musical, não precisando de sua correspondente tradução, desperta somente a resposta emocional.

A música pode acalmar os corações das pessoas mais violentas, mesmo contra a sua vontade. A música possui encantos que conseguem acalmar um selvagem e tem tanto poder terapêutico, que em algumas unidades de tratamento intensivo para cardíacos, portadores de câncer, mal de Alzheimer, depressivas ou doentes mentais, a música clássica é usada como coadjuvante no processo de recuperação.

“Meu coração, que está tão cheio a ponto de transbordar, muitas vezes, quando estava doente e cansado, foi reconfortado e revigorado pela música”, dizia Martinho Lutero (1483-1546).

A terapia da música se explica: ela nos proporciona prazer. Porque ela desempenha o papel de um “rio de recompensa” para o nosso corpo: a música nos invade o corpo, a alma, provoca arrepios de prazer, eleva-nos espiritualmente e por vezes nos conduz ao êxtase. A boa música é aquela que dá trabalho ao cérebro na dose certa e ativa o sistema de recompensa.

Comprovadamente, escutamos com nosso corpo. É muito difícil ficarmos parados quando ouvimos música: nossos pés começam a balançar, nossas mãos movem-se, pegamos uma vareta invisível e começamos a reger, ou giramos em movimento de dança. Dançam os nossos corpos, dançam as árvores, os arbustos e as flores ao sabor dos ventos, dança o Universo na sinfonia do Divino.

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